A Noite Europeia dos Investigadores (NEI) decorreu pela primeira vez em Évora, no dia 27 de setembro. Esta iniciativa tem por objetivo celebrar a Ciência e aproximar os investigadores dos cidadãos.
A Praça do Giraldo, sala de visitas da cidade Património da Humanidade, acolheu a mostra científica organizada pela Universidade de Évora, no âmbito do projeto “Ciência na Cidade”, financiado pela Comissão Europeia, através das Ações Marie Curie.
A NEI procura desconstruir a imagem distante que o público tem dos cientistas. É uma oportunidade para divulgar o trabalho desenvolvido pelos investigadores, bem como para realçar a importância de uma comunicação eficiente entre centros de investigação e a sociedade. A NEI decorre em várias cidades europeias na última sexta-feira de setembro.
O CIDEHUS dinamizou um conjunto de acções diversas. Na praça do Giraldo, o público teve a oportunidade de experienciar três atividades livres – Jogos de Pedra: Um Património de Évora, Matemática do Aqueduto e Nos Carris da Memória. Estas atividades, desenvolvidas por Sónia Bombico, Ofélia Sequeira e Francisco Brito, tiveram como objetivo comunicar os “patrimónios” de Évora, materializados nos jogos de tabuleiro gravados na pedra, associados às épocas romana e medieval, preservados em diversos monumentos da cidade. Assim como, dar a conhecer o Regimento de Filipe II, publicado em 1606, que definia as regras de uso e preservação do Aqueduto da Água da Prata. Nos Carris da Memória, atividade coordenada pela investigadora Fernanda Lima Lourencetti, convidava os participantes a saber mais sobre a história da ferrovia em Portugal e a conhecer a rede de caminhos-de-ferro portugueses. O público foi desafiado a identificar as linhas e ramais atualmente desativados e a descobrir as ecopistas da região de Évora.
O “Café com Ciência” contou com a participação de duas investigadoras do CIDEHUS. Graça Almeida Borges conversou com o público sobre “Violência e Império: história de um documento”, abordando a Consulta do Conde de Lemos e do Comendador Mor de Leão, datada de 26 de Fevereiro de 1610. Por seu turno, Ana Teresa Sousa apresentou a Fortaleza de Juromenha, objecto de estudo no âmbito do seu doutoramento.
Maria Zozaya-Montes foi responsável pela condução de duas atividades. Guiou o público na visita comentada “Uma viagem ao século XIX: lazer, fraternidade e sociabilidade na Sociedade Harmonia Eborense e Sociedade União Eborense” e promoveu uma atividade para crianças, dedicada às esculturas da cidade de Évora, no âmbito da “Estória com História da Ciência”. Tiago C. P. dos Reis Miranda participou, igualmente, nesta iniciativa partilhando com os mais pequenos as “estórias” que guardam os livros.
A Loja dos Sonhos (Autocarro da CME) foi o palco escolhido para a apresentação do documentário “Já me transformei em imagem - Ma’e Dami Xina” de Zezinho Yube (2018), ao qual se seguiu um debate sobre o mesmo, no contexto do projeto RESISTANCE. No mesmo espaço foi, também, possível assistir aos primeiros dois documentários produzidos pelo CIDEHUS, no âmbito da série “Memória do Tempo”: “As Muralhas de Évora” de Fernando Branco Correia; “Sines, um porto romano” de Sónia Bombico.
Aplicar estratégias diversificadas de comunicação, ajustadas aos públicos diferenciados que connosco interagiram na Praça no Giraldo, foi um desafio encarado com entusiasmo pelos investigadores do CIDEHUS. Esta foi, ainda, a ocasião perfeita para implementar a parceria com o Buinho Playground, da qual resultou a elaboração dos tabuleiros do Jogo do Moinho e do Alquerque dos Doze.
A NEI foi uma oportunidade única para recolher opiniões e sugestões de diferentes públicos; assim como para avaliar o impacto e a importância da investigação, nas áreas da História e do Património Cultural, na sociedade.
